POUCO ME IMPORTA QUE RESTEM
PEDAÇOS DE MIM NAS PEDRAS

2 comentários:

Afonso Corvo disse...

=D a melhor.
E pedaços de alma? pedaços de feitos, pedaços de livros, pedaços de sombras amigas?
quero aqui aquele para o seu amigo compositor.

helena disse...

Pedaços de alma?...
Na morte a alma sublima
E de tão dispersa, diz adeus ao mundo.
Isso importa-me.
Deixar de Ser é o que me importa!
E dói-me saber
que até as pedras deixam de o ser,
que tudo o que existe
é uma mesma massa
que se estende,
se tende,
se corta e recorta
e se faz em bonecos.
Uma massa de barro,
que se amassa de novo
No devir da água.
Dói-me ser boneco de barro crú.
Os feitos só restam
na memória de poucos outros.
Os livros não morrem.
Perder até as sombras amigas é o que mais me dói.
Importa-me o sol,
as plantas a crescer na minha horta,
comer uma fruta a que dei de beber.
Importa-me a eternidade
Não essa que vejo nas pedras
Mas a que se perde na poeira cósmica.
Importa-me Viver!