Para sempre à espera de amanhã



Um sopro seco,
Um sussurro arranhado.
O longo silêncio
Viajante.

Na tarde que dorme
Espero pelo que era nosso,
Sem o ter-mos pedido
E que em meu se tornou
Sem o ter merecido.

No bater desesperado
O som. Desritmado.
Tendo aquilo em que penso
Fogo inanimado!
Espero, nado
Sibilante luar de notas apagadas,
De voz corroída

Cansaço de cantar

Sinto as folhas gemer
Gritando o seu sofrer.
Vêm sentar-se a meu lado
Chão...
Inexistente

Somos a conversa
O passar das horas
Somos os cabelos desgrenhados do Sol
De madrugada.
Somos como flores do Inverno,
De coraçãozinho apagado
Mortas pela geada
Esventradas de palavras.

Somos a espera pelo amanhã

1 comentário:

Anónimo disse...

Somos a espera pelo amanhã
no que hoje semeamos